Enfermeiro cuidador
cuidador
-
1.que ou quem trata, toma conta de alguém ou algo.
-
2.que ou aquele que se mostra zeloso, diligente para com outrem.
Resumindo o cuidador é capacitado para acompanhar uma pessoa que esta passando por qualquer tipo de cuidados especiais.
Para Isso se faz necessário conhecer algumas patologias e os seus cuidados, vamos falar de algumas;
Hipertensao Arterial Sistemica
O que é pressão arterial?
A Pressão Arterial é a pressão que o sangue exerce nos vasos sanguíneos. O sangue circula pelo corpo humano graças ao efeito impulsor do coração, que atua como se fosse uma bomba.
O que é Hipertensão ou Pressão Alta?
A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), popularmente conhecida como Pressão Alta, é uma condição clínica que pode ser causada por vários fatores e é caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial (PA), ou seja, considera-se uma pessoa hipertensa quando a pressão arterial se mantem igual ou maior que 140×90 mmHg, ou 14 por 9.O aumento da pressão arterial, faz com que o sangue percorra pelos órgãos-alvo (coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos) com maior força/ pressão, causando lesões, aumentando assim o risco de infarto, AVC, lesão nos rins, entre outros.
Quais são as causas da hipertensão?
- Primária: causa não identificada. Está relacionada ao estilo de vida e aos fatores de risco. É a mais prevalente. Alguns exemplos: estresse, abuso de sal, hereditariedade, alimentação não saudável, obesidade, entre outros.
- Secundária: PA elevada relacionada a causas identificadas, como doenças renais, alguns medicamentos e gravidez.
Quais as consequências da Hipertensão arterial?
A hipertensão traz como principais consequências alterações em órgãos, como o coração, o cérebro, os rins e os vasos sanguíneos. Assim, essa doença é responsável por 40% dos infartos, 80% dos derrames e 25% dos casos de insuficiência renal terminal. Daí a importância e preocupação com tratamento e controle da hipertensão.
A hipertensão tem cura?
Não! Uma vez hipertenso, sempre hipertenso. Mesmo que com as mudanças no estilo de vida e com o uso de medicamentos, o paciente consiga manter a pressão dentro dos limites de normalidade, ele ainda continua sendo considerado um paciente hipertenso, necessitando manter um acompanhamento médico periódico, para avaliação do tratamento, seja ele medicamentoso ou não medicamentoso.
Quais fatores interferem na adesão ao tratamento?
Sabemos que o sucesso do tratamento da Hipertensão não depende apenas de tomar medicamentos, nem tão pouco que a responsabilidade seja somente do paciente. A Organização Mundial da Saúde (OMS) determina que para a efetividade e adesão ao tratamento, cinco fatores devem ser considerados:
- Socioeconômicos: Podem estar relacionados à falta de acesso à medicação;
- Relacionados ao paciente: perda do entusiasmo com o tratamento;
- Relacionados à doença: seguir a prescrição médica pode implicar em aceitar mudanças na rotina do dia a dia;
- Relacionados ao tratamento: sintomas indesejados trazidos pela medicação;
- Sistema e equipe de saúde: tornar cada vez mais individualizado o atendimento ao paciente.
Vale ressaltar que, de acordo com um estudo realizado em Campinas, foi possível identificar que 24,4% da população hipertensa abandonou o tratamento por falta de informação. Ou seja, uma medida simples de educação em saúde, esclarecendo as dúvidas dos pacientes, quanto aos riscos e benefícios do tratamento, orientações sobre mudanças nos hábitos diários e como unir as medidas farmacológicas e não farmacológicas, tem grande potencial de aumentar a adesão ao tratamento, favorecendo uma melhor qualidade de vida ao paciente hipertenso.
Sendo assim, é essencial que a equipe de enfermagem esteja preparada para identificar as dificuldades que o paciente/ usuário apresenta para aderir ao tratamento, encontrando estratégias para maior adesão, ou seja, ser corresponsável pelo seu tratamento. Os profissionais de enfermagem são os profissionais que estão geralmente mais próximos dos pacientes, seja no hospital ou nas unidades básicas de saúde, ou são os profissionais responsáveis por treinar os agentes comunitários de saúde, sendo essencial que estejam preparados e embasados cientificamente para responder as dúvidas e auxiliar no processo de controle da pressão arterial e na prevenção de complicações.
Respostas para as dúvidas mais frequentes dos pacientes no tratamento medicamentoso e não medicamentoso da hipertensão.
TRATAMENTO MEDICAMENTOSO
Cabe salientar que o tratamento com medicamentos anti-hipertensivos é uma decisão que deve ser considerada avaliando a preferência do paciente, o seu grau de engajamento para mudança no estilo de vida, os níveis pressóricos e o risco cardiovascular.
Geralmente o tratamento medicamentoso é indicado, juntamente com a mudança de estilo de vida, para os pacientes com alto risco cardiovascular ou níveis pressóricos no estágio 2 (PA maior ou igual 160x100mmHg). Pessoas que não se enquadram nesses critérios, têm a possibilidade de decidir, em conjunto com o médico, não iniciar a medicação num primeiro momento, podendo aderir a hábitos de vida saudáveis para atingir uma meta, por um período de 3 a 6 meses. Nesse período, deve ser acompanhado a pressão arterial mensalmente pela equipe e caso não consiga atingir a meta, o tratamento com anti-hipertensivo deve ser oferecido.
“Minha pressão está normal, preciso tomar o remédio da pressão hoje?”
SIM! As medicações para o controle da hipertensão são de uso contínuo, devendo ser utilizadas regularmente, conforme prescrição médica. Se a pressão está normal, significa que a medicação e os cuidados estão sendo satisfatórios. A suspensão de doses aleatórias, sem indicação médica, podem causar picos hipertensivos (aumento severo da pressão arterial) e gerar complicações para o paciente hipertenso, como a lesão nos rins, doenças coronarianas e até, acidente vascular cerebral (AVC ou derrame).
“Tenho muitos efeitos colaterais com a medicação para pressão”
Converse com o enfermeiro ou médico que te atende e explique os sintomas. Talvez seja possível trocar a medicação até encontrar uma que você se adapte melhor, é imprescindível que você comunique o profissional que te atende para que seja possível adequar o tratamento. O sucesso do seu tratamento depende muito do seu envolvimento.
TRATAMENTO NÃO MEDICAMENTOSO:
O tratamento não medicamentoso é considerado fundamental para que se alcance o controle da HAS e diminua os riscos de complicações, como as doenças cardiovasculares, obesidade e dislipidemia. Inclui-se no tratamento não medicamentoso, a redução no uso de bebidas alcoólicas, cigarro e a adoção de hábitos de vida saudáveis, como alimentação, prática de atividade física, controle do peso.
- Álcool: é comprovado que a redução do consumo de álcool reduz discretamente a pressão arterial, promovendo redução de 3,3 mmHg em pressão sistólica e 2,0 mmHg em pressão diastólica.
- Tabagismo: o tabagismo aumenta a resistência às drogas anti-hipertensivas, fazendo com que elas funcionem menos que o esperado. Além disso, estudos estimam um aumento de até 20 mmHg na pressão sistólica após o primeiro cigarro do dia, podendo manter por até duas horas o seu efeito. O abandono do tabagismo pode diminuir rapidamente o risco de doença coronariana entre 35 e 40%.
ALIMENTAÇÃO:
“Quase não coloco sal na comida, mas minha pressão não diminui”
Nesse contexto é imprescindível que seja feito uma investigação dos hábitos alimentares do paciente. Muitas pessoas acreditam que o sódio está somente presente no sal, mas é um grande engano.
Algumas dicas importantes para fornecer aos pacientes, a fim de garantir uma alimentação saudável:
- Evite refrigerantes, sucos industrializados, pois possuem conservantes como o citrato de sódio, que não fornecem sabor salgado aos alimentos, mas aumentam a pressão da mesma forma.
- Utilize o mínimo de sal possível no preparo dos alimentos
- Evite utilizar saleiro de mesa
- Leia sempre o rótulo dos alimentos: lembre-se que o consumo diário máximo de sódio é de 2.000 mg por dia.
- Evite os alimentos industrializados como congelados, macarrão instantâneo, embutidos (salsicha, salame, peito de perú, mortadela, presunto, hambúrguer), sopas e caldos prontos (estes possuem 3 vezes mais o que é recomendado ingerir de sódio por dia), enlatados (ervilha, milho, palmito), molhos (ketchup, mostarda, maionese, carnes salgadas (bacalhau, carne seca, defumados), alimentos com glutamato monossódico, pois são ricos em gorduras e sódio.
- Prefira temperos naturais, como salsinha, cebolinha, coentro, cebola, alho, etc
- Diminua o consumo de gordura, evite frituras e use óleo vegetal com moderação.
- Consuma diariamente pelo menos três porções de frutas e hortaliças (atenção em caso de restrição, por exemplo, diabetes associado)
- Prefira alimentos integrais, pois são ricos em fibras, vitaminas e minerais.
- Aumente o consumo de potássio (desde que não haja restrição), pois induz à redução da pressão arterial, além do efeito protetor contra danos cardiovasculares. Lembre-se que nutrientes suplementados podem não ter o mesmo efeito sobre a pressão so que aqueles naturalmente encontrados nos alimentos. Exemplos de alimentos ricos em potássio: banana, melão, laranja, frutas secas, abacate, cenoura, beterraba, folhas verdes-escuras, ervilha, feijão, semente de gergelim, gérmen de trigo, entre outros. Obs: o cozimento provoca perda de potássio.
ATIVIDADE FÍSICA:
É imprescindível que antes de qualquer orientação sobre atividade física, seja feito uma avaliação inicial, o teste de esforço, quando disponível, poderá ser um dos recursos utilizados, principalmente os indivíduos cardiopatas. Recomenda-se que indivíduos com comorbidades ou PA oscilante realizem a atividade física com supervisão de um profissional capacitado.
Os indivíduos em que a pressão arterial sistólica e/ou diastólica estiver superior a 160 ou 105 mmHg, respectivamente, não é recomendado que realizem atividades físicas intensas ou anaeróbias, sugerindo-se atividades leves e de relaxamento. As terapias de relaxamento e técnicas de controle de estresse, como por exemplo a meditação, podem ser utilizadas mesmo quando ainda não há um controle da pressão arterial e mostraram ter efeito hipotensor.
“Com qual frequência devo realizar atividades físicas?”
Independente dos exercícios escolhidos, sejam eles aeróbios (caminhadas, dança, ciclismo, natação, corrida) ou anaeróbios (musculação, saltos, abdominais, flexões e agachamentos), devem ser iniciados gradativamente, respeitando o limite de cada indivíduo. A frequência recomendada é de 3 a 5 vezes por semana, pelo menos 30 minutos por dia, de acordo com a intensidade e tipo de atividade realizada.
Referências bibliográficas:
- Sociedade Brasileira de Hipertensão. Você é vigilante ao tratamento da pressão alta? Conheça o conceito de adesão ao tratamento. [on line]. Disponível em: https://www.sbh.org.br/geral/atualidades-vigilante.asp [16 ago 2016]
- Brasil. Ministério da Saúde. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: hipertensão arterial sistêmica. [on line]. Brasília: Ministério da Saúde; 2013. (Cadernos de Atenção Básica, n.37). Disponível em: https://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/caderno_37.pdf [17 ago 2016]
- https://www.enfermeiroaprendiz.com.br/hipertensao-arterial-sistemica-e-os-cuidados-de-enfermagem/
